Diário Digital / Lusa
02-07-2006

Ópera "O Nariz" estreia segunda-feira no S. Carlos
O Teatro de São Carlos encerra a sua temporada lírica com a estreia na segunda-feira da ópera "O Nariz", sobre as aventuras de um nariz que se torna independente, no centenário do nascimento do compositor russo Dimitri Chostakovitch.

Esta foi a primeira ópera de Chostakovitch, que começou a compô-la aos 20 anos, em 1927, numa altura em que na União Soviética de Estaline o belcanto não vivia os seus melhores dias. "O Nariz", baseado num conto de Nikolai Gogol, viria a estrear no teatro Maly de Leninegrado em 1930 e é uma sátira à sociedade da Rússia czarista, partindo da história de um homem que um dia acorda sem nariz e descobre depois que este se tornou conselheiro de Estado. Foi esta a obra "inusitada" que o Teatro Nacional de São Carlos escolheu para encerrar a temporada lírica com cinco récitas entre 3 e 11 de Julho, com encenação de João Lourenço.

As quatro primeiras representações têm direcção musical de Donato Renzetti e a última será de João Paulo Santos.

Num elenco de 25 cantores que se desdobram em 70 personagens, o barítono norte-americano Andrew Schroeder foi convidado para o papel de major Kovaliov, o funcionário público que vê o nariz desaparecer-lhe do rosto.

Esta será a última ópera da programação 2005-06 no São Carlos, depois de uma temporada que Pinamonti considera "uma das melhores" desde que dirige o teatro há cinco anos.

Ao longo da temporada, o São Carlos realizou 113 espectáculos musicais, dos quais 43 récitas de ópera, 22 concertos sinfónicos, 42 concertos de câmara e seis espectáculos de dança.

 

Diário Digital / Lusa
04-07-2006

Ópera "O Nariz" mantém-se no S. Carlos apesar de greve

As récitas da ópera "O Nariz" marcadas para 6, 7, 10 e 11 de Julho não serão afectadas pela greve de trabalhadores do São Carlos anunciada para esses dias, disse esta terça-feira à Lusa fonte do teatro. A direcção do São Carlos mantém os quatro espectáculos e caso a greve vá por diante apenas prevê que possa haver alguma demora na mudança de cenários, adiantou a mesma fonte.

O sindicato dos trabalhadores de espectáculos, que representa os técnicos maquinistas, electricistas, contra-regra e costureiras, anunciou segunda-feira que convocou uma greve para esses quatro dias acusando a direcção do teatro de "má gestão de recursos humanos" e de não pagar adequadamente as horas extraordinárias.

"Tecnicamente, a produção (de O Nariz) vai ser afectada, mas compete à direcção do São Carlos decidir se cancela ou não os espectáculos", disse à Lusa Mário Pegado, da direcção do sindicato. Apesar de manter os espectáculos, a direcção do teatro lírico está a tentar marcar uma reunião com representantes dos trabalhadores para resolver a situação, mas até agora ainda não foi anunciada a data, segundo fonte do gabinete de comunicação do São Carlos.

"O Nariz", uma ópera do compositor russo Dimitri Chostakovitch, estreou segunda-feira à noite no São Carlos, com encenação de João Lourenço, sendo o último espectáculo da temporada.